O objetivo da obra “Percepto” é estabelecer uma relação entre obra de arte e espectador, através do uso de “Percepto” um produto que metaforicamente desbloqueia os sentidos, percepções e afetos do espectador para apreensão do bloco de sensações existentes na própria obra e em outras.
Definir um objeto de arte contemporânea não é apenas legitimá-lo. É preciso encontrar nele o bloco de sensações que o mantém em pé. “(...) O que se conserva, a coisa ou a obra de arte, é um bloco de sensações, isto é um composto de perceptos e afetos. A obra de arte é um ser de sensação; e nada mais: ela existe em si.” (Deleuze, Gilles e Guattari ,Felix)
Nos dias atuais o espectador não se convence que uma obra de arte contemporânea seja mesmo uma obra de arte. O modo sistêmico de seleção da arte contemporânea tem criado um bloqueio nas sensações do fruidor, assim como a velocidade do mundo imagético tem impedido um tempo de apreciação de qualquer obra.
O indivíduo é invadido por imagens em diversas mídias, não havendo tempo para digeri-las. Ele não saber ler uma imagem/obra porque também não tem tempo suficiente para lê-la, porque sua percepção está congelada.
Instigar a percepção e análise do espectador é também papel do artista, levá-lo a receber, acolher, perceber o bloco de sensações inerentes em todas as “obras de arte”. Fazendo com que ele possa experimentar estas sensações, elaborar-se através deste processo, regredindo e crescendo, para dentro e para o mundo. Mesmo que isto aconteça metaforicamente através da reflexão sobre o próprio papel da obra.
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