sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Definições, dogmas e indagações sobre arte.

Imagino com a minha vã filosofia que haja alguns milhões de pessoas fazendo a mesma coisa que faço agora. Discutir, conhecer, explorar, apreciar, definir, pensar, indagar, desfrutar, produzir, contextualizar, fruir e fabular arte, no entanto me sinto imbuída de uma necessidade latente de fazê-lo.

Tenho tentado a partir de alguns estudos descobrir o porquê dessa necessidade, mas ainda não cheguei a conclusões definitivas, então apenas continuo obedecendo a ela. Não quero pensar como Kant que só os gênios com aptidões inatas podem criar, nem que eu seja uma mera imitadora como ditava Platão. Apenas desejo adentrar neste mundo, ou melhor, permanecer nele já que aqui estou. Talvez porque sinta que este mesmo sendo um mundo de representações não é tão aparente assim.
Ultimamente tenho comungado com Deleuze e Guattari sobre o que define o pensamento. As três formas do pensamento, arte, ciência e filosofia, é sempre enfrentar o caos, esboçar um plano sobre o caos. Enquanto a filosofia quer salvar o infinito, a ciência renuncia-o para ganhar referência e a arte quer criar um finito que restitua o infinito. Variações, variáveis e variedades. Conceitos, funções e sensações.
Decidi pelo mundo das sensações, das variedades, no entanto sei que preciso me apoiar nos conceitos e variações para entender o que faço ou para fazerem os outros entenderem.
É possível que descubra no meu percurso como artista o que a arte pode me dar ou o que posso dar a ela, mas neste momento sei que todo artista tem um saber, um poder, um processo de subjetivação, uma visão de mundo e uma atitude ética. Todo artista é atravessado por relações de poder e de resistência. É assim que me vejo como artista.

Sei que a arte sempre ocupou um espaço dentro de mim, não tenho mais como negá-la, impossível escapar agora. Não me importo se não ganhar nada (apesar de precisar pagas as contas no fim do mês), não me importa se todos não acreditarem em mim, não me importo com que pensam sobre o que faço. A única coisa que tem valor é que agora não posso mais parar.


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