L.A.PA - Leitura em Ambientes de Passagens, consiste no registro de uma performance realizada na Estação da Lapa, movimentado terminal de ônibus localizado no centro da cidade de Salvador. Trata-se de experimentar múltiplos modos de ocupação do espaço público, a partir de presenças temporárias do corpo em certos espaços da cidade. Tendo em vista os atributos fisico-espaciais que estruturam a estação (escadas de acesso e corredores), alguém entre tantos citadinos acelerados, contrário aos que vem e vão numa coreografia cotidiana automatizada, almeja concentrar-se numa leitura silenciosa, a fim de instaurar um intervalo, um ‘entre-espaço’ no espaço de um “não-lugar” comprometido com o transitório, a velo(cidade) e a solidão. A fotografia (registro da ação) reflete sobre esse espaço que se mostra fragmentado, evidenciando as escadas como signo de um ‘tempo de passagem’. Quanto à estética, as imagens foram capturadas sequencialmente em baixa-obturação e manipuladas digitalmente (corte) com a intenção de aludir há uma “espacialidade impossível” na qual, os efeitos de perspectivas e rebatimentos assemelhassem as estruturas arquitetônicas irreais de M. C. Escher.
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